Crentes da Terra do Nunca

Tenho observado o quanto de infantilidade e falta de maturidade espiritual têm feito parte da vida dos crentes em Cristo, em muitas igrejas, nos últimos anos. Não só por meio de uma teologia falsa, que apregoa a prosperidade e a anuência de Deus a qualquer capricho do fiel, como também por meio de ideias erradas acerca do que é ser um homem ou uma mulher de Deus.

Isso me deixa perplexa, sobretudo porque essa falta de crescimento é bem vista por muitos dos que deveriam exortar os cristãos, tanto pastores como presbíteros, professores, anciãos ou líderes, de modo geral.

É comum ouvir na igreja conversas em que os crentes incentivam, uns aos outros, a “decretar”, “ordenar” e “determinar”, no reino espiritual, coisas que desejam para si. O “não” de Deus, comum na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, passou a ser visto como fruto do pecado. Esse pensamento segue a lógica dos que perguntaram a Jesus, acerca da cura do cego de nascença: “Senhor, quem pecou, estes ou seus pais?” (Jo 9:1-3[1]). Jesus deixou bem claro que a cegueira não era fruto do pecado, mas a porta para a manifestação das obras de Deus na vida do cego e dos que viam aqueles acontecimentos. Assim também muitos sofrimentos são a porta para a manifestação das obras de Deus em nossas vidas. Do contrário, o Senhor não teria dito que devemos renunciar a nós mesmos, tomar a nossa cruz (o nosso sofrimento) e segui-lo (Mt 16:24[2]). O Senhor tomou sobre si a sua cruz, e sem murmurar (Is 53:7[3]), como nós costumamos fazer. O próprio Jesus ouviu um “não” de Deus, pois pediu para não sofrer a morte de cruz, e foi crucificado (Mt 26:39[4]).

Paulo, o apóstolo dos gentios, ouviu “não” de Deus, quando orou, três vezes, para que o espinho fosse retirado de sua carne (que era a metáfora de um pecado ou mal que o incomodava, e pelo qual ele sofria) e recebeu a resposta: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Co 12:9[5]). O apóstolo Paulo se gloriava nas fraquezas, pois sabia, como João, que o poder de Cristo crescia logo que ele diminuía (Jo 3:30[6]), sabia que quando estava fraco por conta das perseguições, das injúrias e das necessidades o poder de Cristo enchia seu corpo carnal (II Co 12:10[7]). Porque aquele que quer ganhar a sua vida, perde-a, mas o que perder a sua vida, por amor de Cristo, ganha-a (Mt 16:25[8]). O crente imaturo vive neste mundo como se este mundo fosse dele, como se os bens que a ferrugem e a traça destruirão fossem os nossos verdadeiros bens (Mt. 6:19-20[9]). Onde está o coração destes crentes? Jesus, Ele mesmo, responde, e aquele que lê a Bíblia também sabe (Mt. 6:21[10]).

O que o crente infantilizado, que aqui também chamamos de “crente-criança”, não percebe, é que Deus deixou o espinho na carne de Paulo para seu crescimento espiritual, pois ele aprendeu, com isso, que a graça do Senhor bastava para que ele estivesse contente. Paulo aprendeu a ter paz em toda situação, pois sabia que podia todas as coisas em Cristo, que o fortalecia (Fp 4:11-13[11]), e que a paz de Cristo, que excede a todo entendimento, guardava seu coração de temores e perturbações (Jo 14:27[12]). O crente-criança não compreende que o que parece bom a seus olhos pode não ser bom aos olhos do Senhor, pois Seus caminhos são mais altos que os nossos (Is 55: 8-9[13]). O crente infantilizado não se aprofunda na Palavra e faz da vida cristã algo raso e reduzido a uma fórmula, a uma receita de oração e de barganha com Deus. Crê que se entregar o dízimo (e o faz não por amor, mas por medo e interesse), se for correto, se orar “amarrando” o diabo Deus dirá sim a todo e qualquer pedido, e muitas vezes se frustra, pois não é assim que a banda toca lá no Céu. Deus diz não ao pedido que não está de acordo com a sua vontade, que é boa, perfeita e agradável (Rm 12:2[14]). O sofrimento pode levar maturidade e intimidade com Cristo ao fiel, e corrigir em sua vida problemas que muitas vezes só os olhos de Deus podem enxergar. É um privilégio para o cristão sofrer diante do Senhor, pois ele corrige os que ama (Hb 12:6[15]). Se pedimos alguma coisa a Deus, ele nos atende, desde que nosso pedido esteja de acordo com a sua vontade (I Jo 5:14[16]). A Palavra de Deus nos afirma que na vida temos tribulações, mas o crente infantilizado não percebe que a aflição é o momento de crescimento: ele quer ter, neste mundo, uma vida sem sofrimento. Como este fiel poderá compartilhar das aflições de Cristo, se diante da dor, da tristeza e do sofrimento a esperança não é gerada? Se diante das tribulações não há paciência (Rm 5:3-5[17])? Nossa esperança, Cristo, Ele mesmo, foi “homem de dores” (Is 53:3[18]). Como ser um imitador de Cristo (I Co 11:1; Ef 5:1[19]) sem passar pelo sofrimento? Porque antes de subir ao Pai e antes de ressuscitar, e antes de ser visto em seu corpo glorioso, e antes de vencer a morte Cristo precisou passar pela morte, e recebeu uma carga de sofrimento que fez dele um homem sem formosura, desprezado, aflito, ferido de Deus e oprimido (Is 53:2-5[20]).

O crente infantilizado não lê a Bíblia, apenas engole o que o pastor mastiga, e recebe sem discernimento qualquer palavra que tenha a aparência de ser bíblica. O crente infantilizado não estuda a Palavra, apenas lê estudos de outras pessoas. Em geral, não ora para adorar a Deus, mas para pedir. Não tem intimidade com Deus no sofrimento, pois quando sofre pede, constantemente, que o pastor ore com ele, sendo incapaz de orar sozinho. Por isso, o crente-criança compõe, ministra e canta musiquetas de louvor que refletem seu desconhecimento bíblico. Uma dessas letras, que ouvi recentemente, diz: “Eu quero me desesperar outra vez, eu quero perder o sono, eu quero me apaixonar...” E por aí vai, uma sucessão de blasfêmias e infâmias contra a Palavra do Deus Vivo que muitos repetem, braços levantados e olhos fechados, no domingo à noite. Talvez a intenção do autor, na musiqueta que eu menciono acima, tenha sido dizer que deseja voltar ao primeiro amor (Ap. 2:4[21]), mas, para não repetir o que diz a Bíblia ele preferiu dizer que quer “se desesperar”! Ora, e o que é “se desesperar”? Segundo o dicionário Aurélio, a primeira acepção desse verbo é: “tirar a esperança a, desanimar, desalentar”. O crente-criança está proclamando, em alto e bom som, dentro da igreja e junto a outros fiéis, que quer tirar de si mesmo a esperança! Essa, que é o produto da tribulação, da paciência e da experiência, e que não traz confusão (Rm 5:5[22]). Esse é um dos exemplos. O crente imaturo deixa de cantar os hinos do Hinário, se sua igreja for histórica, e escolhe cantar qualquer porcaria do mercado gospel que tenha uma melodia “emocionante” e palavras que o deixarão “impactado”. De olhos fechados, tanto fisicamente quanto espiritualmente, ele não pode discernir o que é bíblico ou não, pois não lê a Palavra. Ele, imaturo, não entende que nem tudo o que tem a aparência do bem é realmente bom, mas que devemos discernir todas as coisas com o conhecimento da Palavra (Hb 4:12[23]). Por isso, ele lê Kenneth Hagin e aprende a dar ordens a Deus, usando o nome de Jesus para ter qualquer coisa e fazendo da Santa Trindade um moleque que está a seus pés, em vez de se colocar aos pés do Senhor e dizer-lhe: “Eis-me aqui” (Is 6:8[24]), tanto por amor como por obediência, alegremente, em qualquer circunstância.

Outra característica do crente-criança: Ele é relapso. É relapso não somente em ler a palavra, jejuar, orar e perseverar nas aflições, mas é relapso no dia-a-dia, não sendo zeloso em santidade nem em obediência. Nas coisas mais corriqueiras o crente-criança é displicente, e por isso estaciona em vaga de deficiente físico mesmo não sendo deficiente, ou para em fila dupla, sonega impostos, fura fila, pega emprestado e não devolve, mente, faz fofoca e intriga, chega sempre atrasado para seus compromissos, come em excesso (para justificar, orgulhosamente, o fato de que não fuma nem bebe, sendo glutão ignorantemente, contaminando o templo do Espírito com sua falta de domínio-próprio e fazendo disso motivo de comentários engraçadinhos na igreja), joga lixo na rua etc. Tudo isso, para o crente-criança, é coisa menor. Por isso, ele nunca dá testemunho de Cristo (I Pe 2:12[25]), em lugar nenhum. Ele não se preocupa em pregar a Palavra para seus vizinhos, ele não se incomoda se seus colegas de trabalho não vêem nele a imagem de Cristo, ele não liga se seus filhos aprenderão a andar retamente ou não, se eles aprenderão com ele a enganar, a “dar um jeitinho” com o policial logo que haja alguma irregularidade em seu carro, seus documentos ou sua maneira de dirigir, enfim, logo que ele mostre seu lamentável exemplo de cidadão. Por isso, o crente-criança também não vai aos hospitais ver os enfermos, jamais foi a uma prisão visitar os presos (Mt 25:31-45[26]), não cobre o nu, não reparte o pão com o faminto nem se preocupa em desatar as ligaduras da impiedade sobre a Terra (Is 58:6-7[27]). Para o crente-criança, a única coisa que importa é seu umbigo. Por isso, ora apenas por sua casa, sua família, seu carro, seu emprego e tudo o mais que compõe sua vida pacata. O crente-criança, que segundo Jesus não é ovelha, mas bode (Mt 25:31-33[28]), acredita firmemente que “dar” o dízimo compra seu passaporte para as bênçãos de Deus, e não sabe que não é isso que agrada o Senhor. O crente infantilizado se preocupa em obter vantagens e aprendeu a barganhar com Deus, para receber aquilo que ele pensa ser justo. Ele está constantemente orando para Deus “restituir” aquilo que o velho homem deixou para trás, e por isso, todos os domingos, invariavelmente, há alguma musiqueta de “restituição” no “louvor”, fazendo da congregação de fiéis um grupo de murmuradores saudosos do que deve ser deixado para trás, a fim de que coisas novas, da vontade do Senhor – e não do nosso pobre entendimento – sejam feitas em nossas vidas (Mc 10:28-30[29]). Como disse um texto que eu publiquei no Blog há alguns dias, muitos crentes-crianças teimam em repetir, semanalmente, diariamente, o “melô da mulher de Ló” (ler Gênesis, capítulo 19), cantando o hit-parade gospel “restitui, eu quero de volta o que é meu...”.

O crente-criança quer de volta o que acha que é seu, e, com isso, está constantemente voltando aos rudimentos, ao que já não deveria ser (Gl 4:9[30]), tomando leite como se devesse ser eternamente um bebê na fé (I Co 3:1-3[31]), fazendo birra com Deus para obter tudo o que lhe vem à cabeça, jamais chegando à estatura de “varão perfeito”, que é a “medida da estatura completa de Cristo, no aperfeiçoamento dos santos” (Ef 4:13-15[32]), sendo incapaz de discernir o bem e o mal, sem experimentar a palavra da justiça, andando como menino (Hb 5:12-14[33]). O crente-criança não tem os “sentidos exercitados” (Hb 5:14[34]), e por isso não conhece a voz de Cristo (Jo 10:4[35]) e rejeita o que é de Deus: não lê a Bíblia, não ora, não jejua, não medita, não se preocupa em andar em retidão, não honra a Deus nem o louva dignamente, sendo levado “em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Ef 4:14[36]).

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[1] E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.

[2] Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me.

[3] Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.

[4] E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

[5] E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

[6] É necessário que ele cresça e que eu diminua.

[7] Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.

[8] Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.

[9] Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.

[10] Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

[11] Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.

[12] Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

[13] Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.

[14] E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

[15] Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.

[16] E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.

[17] E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

[18] Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

[19] Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. / Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.

[20] Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

[21] Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.

[22] E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

[23] Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

[24] Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

[25] Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.

[26] E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

[27] Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?

[28] E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.

[29] E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos, e te seguimos. E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna.

[30] Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?

[31] E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?

[32] Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

[33] Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

[34] Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

[35] E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.

[36] Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.


Via : blog Maya

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