Dae Ryeong Kim
O movimento Puritano foi altamente marcado pela renovação da pregação. Os Puritanos trouxeram um novo e fresco entendimento da pregação para o púlpito inglês dos séculos dezesseis e dezessete. Eles pregaram não somente a favor de reforma da Igreja da Inglaterra, mas também a favor de uma comunicação eficaz do evangelho.
O movimento Puritano marcou a era de desconcertante mudança, quando muitos homens e mulheres, especialmente aqueles de baixa posição e entendimento simples, foram atormentados por uma ansiedade pelo seu futuro aqui e no porvir. Foi um período de tormenta e de tensão. Um grupo de pregadores Puritanos colocou seus conhecimentos de lado para conseguir a atenção e confiança de todos os homens. A função deles era sondar a consciência do pecador desanimado, para nomear e curar a enfermidade de sua alma, e então mandá-lo de volta fortalecido para continuar sua batalha que duraria por toda a sua vida (Haller 1957:27).
Os Puritanos pregaram um grande número de sermões. Alguns pregavam todos os dias da semana, e aos Domingos mais de uma vez….pessoas percorriam consideráveis distâncias para ouvir tal pregação. Nada era tão característico dos Puritanos como sua crença na pregação e seu deleite em ouvir a pregação. Eles imprimiram um número notável de sermões…grande parte do ensino teológico dos Puritanos foi dada na forma de pregação de sermões (Lloyd-Jones 1987:379).
Pierson comenta que Os Puritanos queriam pastores piedosos, sábios, que fossem capazes de expor as Escrituras, e que fossem residentes em cada paróquia. Na Igreja Anglicana, havia sacerdotes que eram designados, mas ignorantes e até não sabiam onde era sua paróquia. O ideal Puritano era os pregadores piedosos, bem treinados e residentes na paróquia.
A Visão Puritana da Pregação
As visões Anglicana e Puritana eram diferentes no sentido em que a pregação Puritana era central, e a coisa mais importante de todas. Lloyd-Jones cita o Arcebispo de Cantúria dizendo:
Quanto à pregação, nada é mais evidente nas Escrituras do que o fato de que era uma grande benção a pregação do evangelho e o envio de muitos obreiros à seara do Senhor. O fato de que este era o meio normal de salvação…de modo que, se bem que a leitura de homilias era uma coisa boa, não se comparava com a pregação, que podia adequar-se à diversidade de tempos, lugares e ouvintes, e ser transmitida com mais eficácia e sentimento (Lloyd-Jones 1987:375-76).
William Haller observa e a diferença entre a pregação dos Anglicanos e aquela dos Puritanos, entre a assim chamada pregação brilhante e a espiritual, entre a Sabedoria das Palavras e ‘a Palavra de Sabedoria’, não era meramente de estilo. Como uma questão de convicção e de convenção, os Puritanos professavam desaprovar a citação de autores humanos e depender solenemente das Escrituras (1957:23).
A Centralidade da Pregação
Jams I. Packer argumenta que a pregação tomou a suprema importância nos ministérios dos Puritanos. Para eles, o sermão era o clímax litúrgico do culto público. “Pregação sob quaisquer circunstâncias, é um ato de adoração”. Nada, eles diziam, honra mais a Deus do que uma fiel declaração e um obediente ouvir de Sua verdade (1994:281-82).
Pregação, os Puritanos diziam, é a exposição da Palavra de Deus. Eles sempre diziam que, na fiel pregação, o próprio Deus está pregando, e que se um homem está fazendo uma verdadeira exposição das Escrituras, Deus está falando, pois é a Palavra de Deus, e não a palavra do homem….Os Puritanos também asseveravam que o sermão é mais importante que as ordenanças ou quaisquer cerimônias. Eles alegavam que ele é um ato de culto semelhante à Eucaristia, e mais central no serviço da Igreja (Lloyd-Jones 1987:379-380).
As Necessidades Humanas na Pregação Puritana
Qual era a necessidade humana para a qual eles pregavam? A antropologia Puritana acentuava a total depravação do homem. Desde Adão, todos os Puritanos proclamavam o homem se tornou um escravo do pecado. Não somente ignora a vontade divina, mas também a perversão obstinada para o caminho divino molda o caráter humano. O pecado de Adão deixou a natureza do homem morta. Isto, contudo, não destruiu as faculdades racionais e volitivas do homem. Nestas a imagem de Deus permanece impressa. Para a faculdade natural dos homens Deus fala de Si mesmo no livro da natureza e das Escrituras (Rooy 1965:310-311).
Este artigo é um excerto do “The Missionary Proclamation of the English Puritanism”, que constituirá um capítulo do caso de estudo histórico na dissertação do Ph.D. Dae Ryeong Kim, “Toward A Missiological Approach to Hermeneutics for Gospel Proclamation in a Post-modern World”.
Original: http://www.theology21.org/puritan/puritan_preaching.htm
Fonte: Fé reformada
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